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QUANDO SE GOVERNA COM ÓDIO


Num texto curto, Hazlitt, célebre jornalista americano, autor do valioso Economia numa única lição, afirma que o núcleo do marxismo e a sua razão de ser é “o ódio e a inveja doentia do sucesso”.
Scruton, filósofo político britânico, no ensaio ‘The Totalitarian Temptation’ (do livro A Political Philosophy: Arguments for Conservatism), ao analisar as ideologias totalitárias dos revolucionários franceses, do marxismo e do nazismo, declarou que  todas elas tinham uma fonte única: o ressentimento que é emoção que existe em todas as sociedades “nascida da  competição por vantagens”, seja a conquista do poder, de privilégios, de benefícios, etc.
Segundo Scruton,” As ideologias totalitárias  racionalizam o ressentimento, e também unem os ressentidos em torno de uma causa comum. Sistemas totalitários surgem quando os ressentidos, tendo tomado o poder, agem buscando abolir as instituições que conferiam poder a outras pessoas: instituições como a propriedade, a lei e a religião que criam hierarquia, autoridades e privilégios, e que permitem que as pessoas possam invocar a soberania sobre suas próprias vidas. Para os ressentidos, essas instituições são a causa da desigualdade, e, portanto, de suas humilhações e fracassos.  Uma vez que as instituições como a lei, a propriedadee as religiões são destruídas - e sua destruição é o resultado normal de governo totalitário – o ódio ocupa seu lugar inamovível, como o princípio governante do Estado."*
Para manter o poder os ressentidos, segundo Scruton, acreditam que lei, propriedade, religião são instrumentos de geração de desigualdade e de suas humilhações e fracassos individuais, extingui-las seria também um ato de catarse política. E então iniciam o processo de eliminação das instituições. Ao destruírem a lei, a propriedade e a religião, o ressentimento é alçado “a princípio governante do estado”, isso explicaria uma parte do jacobinismo, do marxismo e do nazismo, e das tentativas fracassadas de sua aplicação política e econômica.
 Numa análise dos dois anos do governo de Rodrigo Rollemberg, no Distrito Federal, fica bem visível a sua forma ressentida e totalitária de exercer o poder. Desde o início afastou os grandes líderes que lhe trouxeram os  votos  necessários  para ser governador, os senadores  Cristovam, Reguffe e o deputado Augusto Carvalho, depois pouco a pouco foi limitando o espaço do Vice – Governador, Renato Santana, responsável pela maioria dos votos do povo de Ceilândia. A presença de outra aliada de primeira hora,Celina Leão, na presidência da CLDF também o incomodou, e muito, portanto devia ser afastada.  Nunca conseguiu manter uma base governista expressiva. Não sabe manter um diálogo com a CLDF, nem durante a época que a oposiçâo ocupou a  presidência e nem depois com as outras gestões. Seu governo é o reflexo de um pensamento medíocre de política atrasada, onde o poder deve ser absoluto. Isto é tão visível que certos assessores, assumem ora aqui, ora ali, como coringas, os espaços que são considerados como relevantes no seu governo. Hoje, já passados mais de dois anos de mandato, tem o mais alto grau de rejeição que um governador do Distrito Federal já teve.   As ações do governo atual trazem, no seu bojo, a característica de destruição.  Destrói os sindicatos, persegue funcionários, derrubam casas sem ter uma política habitacional para atender os que sofreram a perda das suas moradias. Desde que assumiu, iniciou o desmonte da saúde pública do Distrito Federal, teima em manter as mesmas empresas de transporte que ganharam uma licitação fraudulenta em detrimento da população, enfim perde seu precioso tempo para destruir, pensando única e exclusivamente em exercer com supremacia o poder. 
Esqueceu que existe a independência dos poderes e luta para ter outros poderes debaixo da sua tutela, e para que isto aconteça tem feito gestões nada republicanas. 
Brasília está exaurida. Precisamos de um tempo de renovo, de paz, de ações voltadas para o bem da comunidade. Não adianta aumentar imposto, multas, repressões, ameaças etc... Precisamos ver o Estado como promotor de desenvolvimento. O governador,  deveria estar trabalhando para trazer empresas que podem investir no DF e gerar mais empregos,e assim avivar o nosso setor comercial e industrial; no lugar de destruir devia criar, melhorar, trazer esperanças, sorrisos e desenvolvimento.  

Ontem, a manifestação contra Rollemberg, feita durante o desfile do aniversário de  Ceilândia expressa bem o sentimento de revolta do povo do Distrito Federal com o Governo da Geração Brasília. Poderia mudar e iniciar o aprendizado da boa interlocução, tão importante para o sucesso de qualquer gestão.
O governo do ódio terá sempre a rejeição do povo brasileiro. Somos libertários e sonhadores e acreditamos num Brasil livre e poderoso!
MCLNetto

Nota:
* Roger Scruton.
«The Totalitarian Temptation», in A Political Philosophy: Arguments for Conservatism. London: Continuum, 2006, pp. 150-151.

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