Fico pensando com meus botões se a República brasileira foi realmente instituída como resposta ao apelo popular, ou se foi mais uma manobra de continuidade da forma de monarquia existente. A síndrome do reinado, uma doença incurável, contagiosa, que destrói os princípios de moralidade, onde o fim justifica os meios, está enraizada no pensamento político, e vem desde a antiguidade ocupando os paços do governo. Com outras faces, com outros nomes, mas sempre exercendo os mesmos meios para deter o controle absoluto. Seja na Democracia, na Ditadura, no Golpe Militar, enfim em toda e qualquer forma de governo instituído ela está ali, infiltrada nos colóquios e pensamentos, esperando o momento de reinado.
Ela é filha daquela serpente que deu a maçã para Eva, chega num descuido, escolhe a vítima, analisa as possibilidades, e sorrateiramente se instala na mente do detentor do poder escolhido. É como um vírus mortal que gradativamente toma conta de tudo. A síndrome não tem cérebro, nem coração, mas tem vontade, uma vontade maior do que tudo de exercer o comando, em toda sua plenitude, e eternamente.
Tudo o mais fica distante e desinteressante, a verdade só ela detém, a
vaidade é a sua maior companheira; família, ética, respeito, amizade, honestidade, honradez, nada disso importa. O que move suas ações, o seu foco é a
eternização do poder.
Engraçado é que todos os políticos querem exerce-lo e ser prefeito,
governador ou Presidente da Republica, mas não se preparam para o exercício do
cargo. Não sabem o que vão fazer, nem como vão fazer e muito menos com quem
podem contar para ajudá-los a administrar o seu “reinado”. Na maioria das vezes
só se lembram dos bajuladores, sem expertise, daqueles que cochicham nos seus
ouvidos de que “Temos que crescer o partido para ganhar as próximas eleições”,
e dos bobos da Corte que os fazem rir.
O povo continua gemendo, hoje principalmente, porque nem “Pão e Circo” nós
temos mais.
Acho que isto explica bem o momento que estamos vivendo.
Precisamos de uma “Pátria Educadora para Políticos”.
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